a janela é um rasgão
no tecido de pedra
por ela a luz entra
sai a curiosidade
o olhar se expande
e respira a casa
no passar dos tempos
no abandono das gentes
rasga-se o tecido
que a sustenta
já não casa
já não janela
já não boca
por onde
olhar e ar
circulam
simultaneidade
de rasgões
retalhos da casa
e das memórias.
a céu aberto exposta
ferida.
Conceição Paulino