terça-feira, janeiro 13, 2009

a janela é um rasgão

a janela é um rasgão

no tecido de pedra

por ela a luz entra

sai a curiosidade

o olhar se expande

e respira a casa

no passar dos tempos

no abandono das gentes

rasga-se o tecido

que a sustenta

já não casa

já não janela

já não boca

por onde

olhar e ar

circulam

simultaneidade

de rasgões

retalhos da casa

e das memórias.

a céu aberto exposta

ferida.

Conceição Paulino